sábado, abril 28, 2012

Recriar


De entre o programa, destaco o lançamento do guia interpretativo Rotas e Percursos na Serra da Estrela - Planalto Superior, da responsabilidade do Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE).

quarta-feira, abril 25, 2012

Toada de Portalegre



Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros...*

(...) há também um plátano.





* Toada de Portalegre, de José Régio
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sexta-feira, abril 20, 2012

Celebrar o sobreiro e a primavera


Realiza-se no próximo dia 25 de abril, na Herdade do Freixo do Meio (no concelho de Montemor-o-Novo), o 7º Encontro da Primavera que, este ano, celebra o reconhecimento do sobreiro como a Árvore Nacional de Portugal.

A entrada é livre (ver programa completo).


segunda-feira, abril 16, 2012

Debater a poda das árvores ornamentais

Fotografia de Pedro Macieira

A Alagamares, associação cultural do concelho de Sintra, organiza no próximo dia 28 de abril, pelas 15 horas, na Sociedade União Sintrense, um colóquio no qual se pretendem abordar os seguintes tópicos:
-podas urbanas e florestais, sua necessidade, oportunidade e meios para as executar;
-preservação de jardins, espécies a introduzir e a eliminar;
-as árvores e as alergias - fantasias e realidades;
-ordenamento arbóreo e audição das comunidades locais.

Uma excelente oportunidade para debater tudo o tem acontecido, nos últimos anos, neste concelho, no que concerne à manutenção de árvores ornamentais.

sábado, abril 14, 2012

Desaparecida em combate


Esta magnífica oliveira, com cerca de 7 metros de perímetro de tronco à altura do peito (P.A.P.), foi fotografada em setembro de 2006, junto a um viveiro de plantas situado à beira da estrada nacional 258, entre o Alvito e a Vidigueira. Foi dada a conhecer, nos primeiros tempos de vida deste blogue, através de um texto publicado a 26 desse mês (ver aqui).

Recordo-me que, na altura, ficámos na dúvida se a oliveira não teria sido transplantada para o local, mas, ingenuamente, apesar de estar à porta de um viveiro, nunca nos passou pela cabeça que pudesse estar à venda.

Infelizmente, passados alguns meses, o Miguel Rodrigues, na imagem, voltou ao local e a oliveira tinha desaparecido. A resposta à nossa pergunta estava dada: este monumento vivo tinha sido vendido!

O proprietário recusou-se a dar pormenores da venda, pelo que, pelo menos em teoria, é bem provável que a árvore tenha saído, inclusivamente, do nosso país.

Como escrevi ontem, um povo que vende árvores com séculos de história, é um povo capaz de vender a sua própria alma. Estas oliveiras possuem um valor biológico, cultural e paisagístico incalculável.  

O valor (não apenas biológico, mas também o paisagístico e cultural) que estas árvores possuem in situ não pode, em caso algum, ser replicado num sistema artificial, como num jardim. Cada uma destas árvores, integrada num olival, é um ecossistema que abriga numerosas espécies e, em conjunto, o valor do olival em termos patrimoniais é infinitamente superior, a todos os níveis, à soma das suas partes.


Para conhecer o futuro destes espécimes, após o vandalismo de todo o processo de transplante (com as severas podas da copa e das raízes), passo a citar Bernabé Moya, responsável do departamento de árvores monumentais do município de Valência e uma autoridade na matéria: "Cerca de 50% das oliveiras transplantadas morre ao fim de dois anos e entre 80% a 90% não ultrapassará os 15 anos de vida." (Fonte da informação - aqui).


P.S. - Outra coisa que me preocupa, para além do futuro das oliveiras transplantadas, é o próprio futuro dos agricultores que as vendem ao desbarato às empresas intermediárias do negócio. Quando se acabar o dinheiro da venda das oliveiras irão viver de quê? Ou será que vamos, no futuro, começar a transplantar e a exportar sobreiros ou castanheiros monumentais, por exemplo?

P.S.S. - No texto que cito, de setembro de 2006, mencionava ainda um olival com diversos espécimes notáveis, na localidade de Neves (junto à estrada que liga Serpa a Beja). Estou muito curioso por saber se subsiste ou se, pelo contrário, terá sido, total ou parcialmente, vendido.

sexta-feira, abril 13, 2012

Património a saque

Olival da Pêga, Monsaraz (Foto de autor desconhecido)

Em Espanha, como exemplifiquei há tempos, existem projetos para salvar e rentabilizar oliveiras milenares. Ao invés, no nosso país, persiste a delapidação deste património natural de valor incalculável.

Até quando? Até os portugueses compreenderem que é tão criminoso vender uma oliveira com 1 000 anos, como vender o nosso património histórico edificado. Até os portugueses compreenderem que o valor que estas árvores têm in situ não pode ser replicado quando as mesmas são transplantadas para jardins (já para não falar dos danos que as oliveiras sofrem neste processo e que, em certos casos, conduzem inclusive à sua morte).

Por último, é necessário que os proprietários destas árvores compreendam que, a médio/longo prazo, é mais vantajosa a implementação de projetos que rentabilizem este património (ver novamente o exemplo de Espanha), do que vendê-las, o que gera uma única fonte de rendimento no curto prazo (sendo que a maior fatia do negócio fica para o intermediário, que as compra por um determinado valor para depois as vender pelo dobro ou triplo do preço).


Adenda: sobre este caso passado no concelho de Reguengos de Monsaraz, transcrevo um texto de Jorge Cruz, presidente da direção da Associação de Defesa dos Interesses de Monsaraz (ADIM) e um esclarecimento de José Calixto, presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, enviado à Associação Árvores de Portugal.

"Exmos. Senhores

Assunto: Arranque de Oliveiras Centenárias no Olival da Pêga


A ADIM, Associação de Defesa dos Interesses de Monsaraz, usando do seu dever estatutário de estar atenta às questões patrimoniais da freguesia de Monsaraz, teve conhecimento de que estão a ser arrancadas “Oliveiras Centenárias da Zona do Olival da Pega”, uma zona sensível do ponto de vista patrimonial, alargado, que abarca o megalitismo e a paisagem que lhe serve de contexto. Eventualmente com o objectivo de as fazer sair do País, uma vez que, como se pode ver pela imagem anexa, se tratam de exemplares bastante invulgares pela sua dimensão e antiguidade.


Como sabemos, o megalitismo no Concelho de Reguengos apresenta-se como de grande importância patrimonial sendo que o seu contexto paisagístico de envolvente não pode de modo algum ser descontextualizado.


Decorre actualmente o processo de classificação das Antas do Olival da Pega e recentemente o Município de Reguengos até candidatou este contexto paisagístico a “Maravilha da Natureza”, razão pela qual entendemos que acresce às entidades com responsabilidade a urgência em tentar evitar mais uma perda patrimonial que deixará mais pobre o património local.


Assim, solicitamos a todos os que tenham possibilidades de intervir, com os meios ao seu alcance, no sentido que se movimentem e impeçam este lamentável processo de perda patrimonial relevante.



Com os melhores cumprimentos



Pela Direcção da ADIM,

Jorge Cruz

(presidente da Direcção)
"



"À Associação Árvores de Portugal,

Como Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz estou chocado com estas atitudes de alguns particulares que são conjunturalmente detentores dum património secular ou mesmo milenar e que não têm qualquer tipo de visão estratégica para o preservarem e valorizarem.
Igualmente grave é o facto da Administração do Estado não criar nem permitir a criação por parte do Poder Local de instrumentos de gestão do território e deste património compatíveis com o seu interesse público.
No caso concreto, do qual nos foi dado conhecimento por um cidadão belga no início desta semana, trate-se de uma situação que envolve a aparente tentativa dum proprietário em transplantar (e eventualmente transacionar) dois exemplares de oliveiras seculares.
O Olival da Pega tem uma área total de 146 ha e o Município de Reguengos de Monsaraz tentou protegê-lo, desde logo, ao nível o PDM do Concelho. O Governo Português, por resolução do Conselho de Ministros anulou as disposições regulamentares que determinavam a obrigatoriedade de emissão de parecer desta Autarquia sempre que qualquer particular pretendesse alterar a utilização do uso deste território classificado como unidade de vocação cultural – área de interesse cultural (Resolução do Concelho de Ministros nº 10/99). Sem comentários…
Em 2002 foi apresentado formalmente um pedido de Classificação do Olival da Pega (processo entretanto enviado pela extinta Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Território para a Direcção Regional de Agricultura do Alentejo). Várias insistências se seguiram ao longo dos anos sem resultados práticos.
Sabemos também que, em 2003, a Direcção Geral de Florestas enviou a um dos proprietários de várias parcelas deste Olival um ofício no sentido de solicitar por escrito a anuência do mesmo à classificação do Olival enquanto interesse público. Como os proprietários são inúmeros e o interesse privado é muito diferente do interesse público, esta não será certamente a forma mais pragmática de concluir este processo. Tanto assim é que ainda hoje não existe classificação.
Em 2009 foi efetuado um novo conjunto de diligências junto da Direcção Regional da Agricultura e Pescas do Alentejo e a Autoridade Nacional Florestal, a qual inicialmente nos informou que “não tinha conhecimento do processo” (7 anos depois…) e posteriormente nos confirmou que o “olival da Pega não se encontra classificado” (isso sabemos todos!).
Iremos, num futuro muito próximo, voltar a tentar que, ao nível da revisão do PDM de Reguengos de Monsaraz, este território seja considerado como área de interesse cultural e criadas as formas de gestão e instrução de processos de intervenção e alteração do uso do solo em todo o espaço deste Olival secular/milenar. Isto, claro está, se tivermos mais sorte do que aquela que tivemos no PDM atualmente em vigor, no qual o Governo não permitiu esta gestão por parte desta Autarquia.
Mantemos, no entanto, ainda algumas expectativas que o interesse público impere e que o Estado, possa concluir rapidamente um processo que foi iniciado com um pedido de classificação formulado pela Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz intensificado em 2009.
Igualmente muito importante é a sensibilização de todos os cidadãos para que a forma mais expedita de intervir é denunciar este tipo de situações prestando informação precisa do local onde se observa o arranque de oliveiras através da linha telefónica 808 200 520 - SOS AMBIENTE E TERRITÓRIO, a qual está disponível 24h por dia. É a partir desta linha azul que o SEPNA (Serviço da GNR que protege a Natureza) age no terreno para além de informar mensalmente através de relatório a Inspeção-geral do Ambiente e do Ordenamento do Território acerca do andamento dos processos referentes a todas as queixas recebidas.
Pelo nosso lado temos a tarefa diária de tentar sensibilizar os proprietários para não praticarem este tipo de comportamento que lesam definitivamente o Património Natural dum dos melhores locais do Mundo.
 

Contamos com a Vossa ajuda!...
Cumprimentos
.



José Calixto."

quarta-feira, abril 11, 2012

Avenida Portugal

Avenida Portugal, Rio Grande (Brasil) - Fotografia de Rodrigo Cardia (Blogue Cão Uivador)

Do blogue Cão Uivador, partilho o seguinte texto:

"O título informal de “rua mais bonita do mundo” atribuído à Rua Gonçalo de Carvalho, em Porto Alegre, tem origem em Portugal. A fama da Gonçalo se deve ao biólogo Pedro Nuno Teixeira Santos, de Covilhã, que edita o blog A Sombra Verde. Em 4 de março de 2008, ele escreveu o texto com o título que hoje é automaticamente associado à rua porto-alegrense – basta fazer uma pesquisa no Google.
Em Rio Grande, onde estive esta semana, há uma avenida que me chamou muito a atenção logo que cheguei. No canteiro central foram plantadas várias árvores, principalmente plátanos, o que torna mais agradável caminhar pelo meio da avenida – tanto que muitas pessoas o fazem.
Logo que comentei sobre a beleza da avenida, soube seu nome: Portugal. E imediatamente lembrei do Pedro e outros portugueses que tanto amam as árvores, como o João Martins, de Loulé, que assim como o Pedro, é sócio da Associação Árvores de Portugal.
Abaixo, algumas fotos que tirei desta bela avenida. E considerando que as folhas das árvores já estão com uma coloração bacana agora em abril, no início do outono, peço ao leitor que imagine como estarão lá pela metade de maio…"


Sobre este texto, algumas notas pessoais, para agradecer, antes de mais, ao Rodrigo Cardia pelo destaque dado à sombra verde. (Sem nunca esquecer que este blogue é uma pequena linha em toda a história da Gonçalo de Carvalho, escrita pelos seus moradores.)

É emocionante ver, do outro lado do Atlântico, o nome de Portugal associado ao verde das árvores. Que pena, deste lado do Atlântico, não haver mais "avenidas Portugal" nas nossas vilas e cidades...


[Obrigado Ricardo. Grande texto...]