quarta-feira, março 09, 2011

17 valores

Castanheiros-da-índia (Dublin)

Um conjunto de estudantes de Arquitectura Paisagista acaba de concluir que os castanheiros-da-índia, plantados numa avenida de Aveiro, podem representar um perigo para as pessoas, por causa dos seus frutos. Não sei o que os assustou nestes castanheiros, se foram os espinhos do seu fruto globoso ou se foi o peso das suas sementes, semelhantes (em aspecto e dimensões) aos frutos dos nossos castanheiros.

Sei, isso sim, que tal é absurdo. Como aberrante me parece, muito sinceramente, dar 17 valores a tais conclusões! E se a estes futuros arquitectos fosse dada a possibilidade de estudar os perigos associados às inúmeras araucárias, existentes nos espaços urbanos de Aveiro? Por certo que, dado o peso que as suas pinhas podem atingir, as mandariam abater de seguida. Provavelmente, seriam até agraciados com 20 valores!

Claro que nada disto invalida que se tenha que estudar a escolha das espécies a utilizar nas arborizações urbanas. Claro que nada disto invalida que certas espécies não acarretem incómodos ou mesmo perigos. Mas também é preciso ter consciência que, num país que tem tanta dificuldade em conviver com as árvores, não há uma espécie perfeita, ou seja, quem não gosta de árvores encontrará sempre motivos para a sua ira.

P.S. - Em Dublin, existem centenas de castanheiros-da-índia monumentais. Curiosamente, não vi ninguém, nas ruas ou em parques, protegido por capacetes!

1 comentário:

Escritor da Paz disse...

Sinceramente nem sei como é que alguém dá 17.1 valores a uma conclusão destas. Gostava que estes alunos de AP que elaboraram este dito "estudo" fossem todos os dias passear para o local em questão na altura da maturação dos ouriços e registar quantos é que lhes caíam em cima. Se fosse assim tão perigoso não teríamos com certeza tão grande exportação de castanhas. Nunca vi ninguém ficar ferido pela queda de ouriços no meio de um castanhal de produção, quanto mais no meio de uma avenida onde se contam as árvores com os dedos. Enfim, é por estas e por outras que estragamos muitos espaços arborizados em Portugal.