sexta-feira, agosto 15, 2008

Save Miguel



Save Miguel: a página oficial da campanha.
Save Miguel: o vídeo da campanha.


É fácil criticar a campanha. A escolha de Rob Schneider, actor com uma filmografia de gosto duvidoso, decerto que dividirá opiniões.
Outros poderão embirrar com os clichés que o vídeo desta campanha repete sobre o nosso país. Mas a verdade é que todos os países possuem os seus próprios clichés, mais ou menos verdadeiros, e não há nenhum anúncio publicitário que consiga fazer de Portugal aquilo que ele não é, ou seja, um país moderno.

Concentremo-nos então no essencial e no mais importante. A sobrevivência da indústria transformadora da cortiça é essencial, do ponto de vista económico e social, para o nosso país.
Por outro lado, ela é ainda fundamental para a manutenção dos montados de sobreiro, os quais são uma peça essencial para a conservação de parte significativa da biodiversidade da bacia do Mediterrâneo, para além de serem uma das últimas linhas de defesa contra o avanço da desertificação.

Neste momento trava-se uma batalha decisiva entre as rolhas de cortiça e os vedantes sintéticos. Uma batalha que não pode, de modo algum, ser perdida por tudo aquilo que está envolvido.

Esta causa necessita de publicidade à escala mundial. A indústria portuguesa decidiu tomar a iniciativa, jogando uma cartada num campo de batalha decisivo: a internet.
Pelo número de visitantes no YouTube e pela repercussão na imprensa internacional, a aposta parece poder vir a alcançar os objectivos a que se propôs.

Esperemos que sim, a bem dos montados de sobreiro. Como um dia escreveu Joaquim Vieira Natividade: "Nenhuma árvore dá mais exigindo tão pouco."

3 comentários:

Anónimo disse...

Save Miguel! É uma boa causa, mas também é preciso salvar a industria da cortiça. Esta, está a desaparecer. Porquê? Porque meia dúzia de grandes industriais estão a sufocar e a matar as micro e pequenas empresas de rolhas.
Save Miguel e salvem os Corticeiros

teresa g. disse...

E será assim tão importante ser-se moderno?! Acho que já não é moderno ser-se moderno.

Não conhecia a campanha mas achei gira. Não bebo vinho, mas tenho uma carteirinha de cortiça reservada a toiletes de casamentos.

Há tempos o Paulo publicou um post no Valkirio sobre a utilização da cortiça em acessórios de vestuário, na alta costura, se não me engano. Espero que se consiga dar a volta, por todos os meios possíveis, nem que tenham que ser inventados. Na realidade acho que muita coisa pode ser inventada para fazer alguma coisa de positivo com o que temos e queremos preservar. Não somos nós um povo imaginativo? :)

Obrigada por divulgares esta campanha!

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

(Essa questão, a da modernidade, é já bem antiga no nosso país,eh eh...Talvez Portugal, simplesmente, não tenha vocação para ser moderno!)

A divulgação da mensagem inerente a esta campanha é muito importante. Apesar de todas as aplicações da cortiça, como essas relativas à moda e acessórios, o mercado do vinho é de crucial importância. Perder a "batalha" com os vedantes sintéticos seria a última machadada para o mundo rural português.

Todos podemos ajudar um pouco a passar a mensagem...

Um abraço